Desde as legislativas de 1991, ano em que o PSD teve perto de 3 milhões de votos e mais de 50% e, com excepção das legislativas de 2002, o PSD tem vindo, eleição após eleição (1995, 1999 e 2005), a perder votos e a ver diminuir a sua percentagem em eleições legislativas. Nas últimas eleições, o PSD teve pouco mais de 1,5 milhões de votos e menos de 30%. Ou seja, em menos de 15 anos o PSD perdeu metade do seu eleitorado. Mesmo em 2002, em eleições ganhas pelo PSD, o partido teve pouco mais de 2 milhões de votos.
No período pós Cavaco Silva, o PSD teve 6 presidentes, em 12 anos (1995 a 2007), o que dá uma média de 2 anos por Presidente, ou seja, metade de uma legislatura.
Enquanto perdia votos e peso na sociedade portuguesa, o número de militantes aumentou de forma significativa, tendo hoje mais de 100.000 militantes inscritos. Como é que um Partido perde influência no país e em simultâneo o número dos seus militantes cresce de forma significativa?
Cresce para se ganharem eleições internas em núcleos, secções, distritais, ... , à custa de militantes a quem são pagas as quotas para pura e simplesmente votarem. São sindicatos de voto, constituídos por militantes sem qualquer participação activa. Os militantes activos, que conhecem, se identificam e defendem o património, os valores e as políticas do PSD, são hoje uma minoria dentro do partido. Desmotivados, desmobilizados e incapazes de ganharem eleições dentro do seu próprio partido, contra estes sindicatos de voto.
As recentes alterações aos regulamentos do PSD só vêm facilitar este tipo de práticas, dando ainda mais poder aos donos dos sindicatos de voto.
Serão esses mesmos donos que, no dia em que entenderem que não será com Filipe Menezes que irão manter ou conquistar os seus empregos, o farão cair, como fizeram com Marques Mendes, com a complacência de muitos daqueles que agora se insurgem contra as alterações aos regulamentos, propostas com toda a legitimidade por Filipe Menezes.
A questão que importa não é a substituição de Filipe Menezes. O verdadeiro desafio é devolver o PSD aos SEUS MILITANTES. Isso só será possível com uma liderança forte, competente e credível, capaz de mobilizar os militantes activos para esse desafio.
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3 comentários:
Caro Companheiro:
A questão que levanta é uma falsa questão, é uma mentira!
Nas anteriores eleições para presidente, nas eleições para as distritais, etc... houve sempre quem possuisse uma listagem com os PIN's para o pagamento das quotas.
Eu sei disso, e o meu amigo e companheiro também sabe.
Com o fim do disparate dos PIN's o que ganhamos é que agora todos temos acesso a esses meios!
É horrivel - concordo!
Eu não os uso - pois, não... não sou rico e encaro a política como serviço, e por isso nunca me candidatei a Pres. de uma Distrital.
Mas não me digam, com ar cândido "agora os sindicatos de votos vão poder pagar quotas" - SEMPRE o fizeram!
Agora TODOS os sindicatos de votos o podem fazer!
Não é só os que tem amigos na sede nacional!
Pessoalmente até considero que a actual Nacional, perde o controlo, dá com isto o poder ao povo, ao invés de controlar ela a lista dos PIN's.
Tudo o resto, o meu amigo tem razão.
Com 150 amigos, ganham-se a maior parte das secções do PSD, e com isso nomeia-se o candidato à Câmara.
Isto é perigoso - Um dia, alguns urbanizadores vão perceber como facilmente podem ter uma câmara às ordens - isto é aterrador!
Mas a democracia corre sempre esse risco.
Só podemos confiar que tal não aconteça.
Abraço amigo
L.N.
Mas, para devolver o PDS aos seus militantes é necessário, primeiro, libertá-lo da loucura da sua actual direcção.
Mais do que uma organização de militantes, o PSD, como partido qualquer partido político, é um canal de expressão e de representação cívica e política dos portugueses.
Num regime de democracia representativa, a representação política dos cidadãos é feita através dos partidos e não pode ser feita sem eles.
Se os partidos forem capturados por grupos que funcionam para dentro, deixam de cumprir a sua missão democrática e constitucional.
É, pois, urgente - e em primeiro lugar - mudar esta direcção do partido e restituir-lhe os seus símbolos.
Concordo em absoluto com a análise feita. Aliás o PSD deverá o mais rápido possível unir-se, se quiser ser uma alternativa séria, com propostas concretas para a resolução de inúmeros problemas que existem transversalmente na sociedade portuguesa. O governo que nos desgoverna do PS é um governo fragilizado, gasto, e sem capacidade de ultrapassar as inúmeras dificuldades existentes. O desemprego que aumenta, os bens de primeira necessidade que constantemente aumentam de preço, os salários que não acompanham essa subida.
Uma classe média que cada vez mais empobrece, endividada, desnorteada, sem ver perspectivas de melhorar as suas condições. A maior parte dos jovens sem futuro, porque não têm emprego e aqueles que o têm quase sempre são precários. Os jovens que acabam os seus cursos desesperam para arranjarem emprego e quando arranjam em nada têm a ver com o curso que tiraram. Que desmotivação !!
Como é que a sociedade poderá evoluir se os jovens que deveriam ser o principal motor dessa evolução estão sem perspectivas de terem uma vida que lhes permita dar a possibilidade de constituírem família, terem filhos para que o futuro da sociedade aconteça.
Os mais velhos, (a partir dos 50 anos de idade) são postos em casa, uns ainda vêm com algumas condições dadas pelas entidades patronais, mas uma grande parte são simplesmente despedidos e caem no desemprego a aguardar que a velhice chegue e com ela o seu fim. Tudo isto quase sempre em nome da reestruturação das empresas.
O PSD, como um patido social, tem a responsabilidade de por fim a tudo isto. Ao descontrolo que mina e que está a destruir o País e a vida de milhares de nossos concidadãos.
O PSD tem que ter respostas objectivas, concretas e possíveis de por em prática para estes e outros problemas sectoriais (saúde, educação, justiça, transportes, segurança e tantos outros) tenham uma solução diferente daquela que actualmente este governo defende.
A Sociedade Portuguesa é actualmente uma sociedade em profunda crise. Por isso é dever do PSD, – quando digo PSD quero-me referir a todos os militantes – direi mesmo é obrigação do PSD, como partido responsável salvar esta sociedade, que de um momento para o outro poderá entrar em convulsão.
É uma questão patriótica salvar Portugal !. Mas, para que isso seja viável é necessário a pacificação do Partido. Já não se trata apenas de ganhar as eleições legislavas daqui a cerca de ano e meio. Trata-se de patrioticamente não deixar que Portugal se “afunde” quer no plano social, quer no plano económico.
Companheiros, patriotas do meu Partido, faço um apelo a todos para que se deixem de querelas internas, de jogos de poder. Olhai para o nosso país, para o nosso povo e ponhamos os seus interesses à frente dos nossos interesses, das nossas querelazinhas. OS INTERESSES DE PORTUGAL E DOS PORTUGUESES TÊM QUE ESTAR À FRENTE DOS NOSSOS INTERESSES. Nós somos Sociais-Democratas. Somos homens e mulheres honestos que DEVEMOS de lutar pelo nosso país, pelo nosso povo sem demagogias mas com determinação e coragem, pelo futuro de Portugal, pelo nosso futuro, pelo futuro dos nossos filhos. Acabemos com as idas para a praça pública para resolver os nossos problemas internos. SAIBAMOS SER VERDADEIROS MILITANTES E RESOLVAMOS DENTRO DO PARTIDO, NOS LUGARES PRÓPRIOS, ESSAS QUESTÕES. Eu como militante de base peço que sejamos uma verdadeira Família Social-Democrata e não demos aos nossos adversários motivos que apenas lhe dão gáudio e força para nos derrubarem. Quando falarmos para os órgãos de comunicação social falemos de coisas concretas que preocupem os portugueses, temos que lhe dar ESPERENÇA, OPTIMISMO e demonstrar-lhes que nós temos soluções para os problemas e que seremos capazes de as por em prática. Temos que lhes dar CONFIANÇA no futuro. Temos que lhes dizer que irá valer a pena VIVER EM PORTUGAL.
POR PORTUGAL !
PELOS PORTUGUESES !
PELA SOCIAL-DEMOCRACIA !
FORÇA PSD !
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