A proposta de avaliação dos docentes apresentada pelo Governo tem sido objecto de grande discussão, desviando a atenção de outros factores que considero mais importantes para melhoria do sistema educativo. Um destes factores é certamente a formação dos professores.
O aumento significativo do número de alunos, ocorrido nas décadas de 70 e 80, obrigou à entrada no sistema educativo de muitos professores com formação pedagógica e em alguns casos científica inadequadas ao exercício da sua profissão.
Ao longo das duas últimas décadas foram investidos muitos milhões de Euros na formação continua de professores, sem resultados evidentes. Isto porque muita desta formação não foi destinada a resolver as dificuldades destes docentes e porque muitos dos docentes olharam para a formação apenas e só como um requisito para a progressão na carreira.
Com o objectivo de evitar erros cometidos num passado recente e tirando partido da rede de centros de formação de professores existente em Portugal, deveriam ser criados centros de reconhecimento de competências nesses centros, responsáveis por identificar as falhas de cada docente face ao respectivo perfil de competências científicas, tecnológicas e pedagógicas. Estes perfis deveriam ser definidos para cada área científica e nível de ensino. Em seguida, os referidos centros deveriam propor a cada docente um plano individual de formação, composto por uma ou mais acções, a realizar pelo docente num período de tempo definido.
A reforma da educação terá que ser feita com os docentes, sendo exigentes, avaliando-os, mas em primeiro lugar apoiando-os.
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