2008-04-18

Uma demissão inevitável

A mudança de rumo, contrariando posições anteriores do PSD e em alguns casos até da actual Direcção como, por exemplo, em matéria de referendo ao novo tratado da União Europeia, baixa de impostos, lei eleitoral autárquica, calendário eleitoral para 2009, ou regulamentos internos, revelaram-se demasiado fracturantes, quer dentro do PSD, quer junto do seu eleitorado tradicional.

Luís Filipe Menezes vem agora queixar-se dos opositores internos. Com que legitimidade, quando andou dois anos a fazer oposição a Marques Mendes, então presidente do PSD? Em Abril de 2007, menos de um ano após o congresso que tinha eleito Marques Mendes, Filipe Menezes afirmou em entrevista ao Jornal Oeste que "Se houvesse eleições hoje para a liderança do meu partido eu seria candidato mas não tenho nada contra o líder do meu partido". Será isto muito diferente do que afirmaram Pedro Passos Coelho e Aguiar Branco nas últimas semanas?

A unidade tão desejada por Filipe Menezes e que, de facto o PSD tanto precisa, só pode ser construída com uma liderança forte, responsável, coerente, competente, respeitadora e respeitada. Uma liderança que saiba encontrar na diferença de opiniões, no debate de ideias e na reflexão os contributos necessários para decisões geradoras de consensos que voltem a unir a família social-democrata, em torno de um projecto mobilizador para o PSD e para Portugal.

Luís Filipe Menezes não deu, nestes 6 meses, provas de ser capaz de unir o Partido, bem pelo contrário, razão pela qual a sua demissão era inevitável.