Concluída a série de debates televisivos e analisadas as sondagens publicadas nos últimos dias, é muito pouco provável que PS ou PSD consigam uma maioria absoluta. O actual empate técnico, entre PS e PSD, confere à campanha eleitoral, que agora se inicia, um papel decisivo na escolha do próximo Primeiro Ministro. E só poderá ser um de dois: José Sócrates ou Manuela Ferreira Leite.
Neste contexto, os eleitores do centro, seja centro esquerda, seja centro direita, serão decisivos para a vitória de PS ou PSD. Eleitores estes, que:
- São a favor do casamento, mas que não o impõem aos outros;
- Respeitam a liberdade religiosa, mas reconhecem e valorizam a matriz cristã dos valores da nossa sociedade;
- Acreditam na economia de mercado e no papel das PME no desenvolvimento da nossa economia e que, não entendem a pretensão de nacionalizar empresas;
- Acreditam na complementaridade dos serviços privados em áreas como a educação, a saúde, a banca ou a gestão de PPR;
- Entendem que quando aliviam o estado de despesas na saúde ou na educação recorrendo a serviços provados, devem usufruir benefícios fiscais correspondentes.
Estes eleitores devem estar conscientes que o PSD é o único partido em condições de assegurar a defesa destes valores.
Isto porque, um governo socialista, apoiado por um PS sem maioria no Parlamento, será um governo refém da ala mais à esquerda do próprio PS e sobretudo da esquerda radical, nomeadamente do BE, a quem terá que fazer cedências no decurso da governação. Cedências essas que serão contrárias à vontade dos referidos eleitores.
Compete, pois, ao PSD deixar isto claro para que estes eleitores votem de forma mais esclarecida e consciente. Se o conseguir fazer com sucesso, sem atacar o BE ou PCP, o PS ficará reduzido ao seu eleitorado mais fiel, com perdas à esquerda e ao centro.
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